Dra. Efigênia Vanda

O que é – É uma doença inflamatória do cérebro causada por vírus, daí a ocorrência em determinadas estações do ano, como no outono e no inverno.

Causas – As encefalites podem ser classificadas, deste ponto de vista, em AGUDAS PRIMITIVAS, nas quais há um parasitismo direto do sistema nervoso central; o vírus multiplica-se no interior dos neurônios, provocando um processo inflamatório difuso do cérebro, como nos casos de poliomielite (paralisia infantil), raiva (mordedura de animais raivosos), arbovírus (transmitidos por mosquitos ou carrapatos), enterovírus e herpes; e, em PÓS-INFECCIOSAS, nas quais o vírus não está presente no sistema nervoso central; há um processo de desmielinização ao redor de pequenos vasos cerebrais, consequente a um mecanismo imunoalérgico, geralmente após uma doença viral eruptiva, com quadros clínicos mais benignos, como após sarampo, rubéola, varicela, caxumba, não é comum em regiões onde a vacina específica é amplamente empregada.

Os enterovírus causam mais de 80% do total de casos. A infecção por estes vírus propaga-se diretamente de uma pessoa para a outra, com um período de incubação habitual de 4 a 6 dias. A intensidade da doença varia desde uma doença leve e autolimitada à encefalite grave com morte ou sequelas significativas.

Portanto, uma vez que o vírus tenha entrado na corrente sanguínea, ele pode alojar-se no cérebro causando inflamação das células cerebrais e das membranas adjacentes, o que provoca a invasão dos tecidos cerebrais pelos glóbulos brancos, tentando combater a infecção, o que leva ao edema cerebral (inchaço do cérebro) que pode provocar a destruição das células nervosas, hemorragia intracerebral (sangramento dentro do cérebro) e, consequentemente, danos cerebrais.

Quando suspeitar – Diante de um quadro clínico de instalação súbita, rapidamente progressiva, geralmente acompanhado de febre e alterações importantes do sensório, ou seja, distúrbios da consciência sempre presentes, em graus variáveis, desde um estado de confusão mental, desorientação, alucinação ou agitação psicomotora, até perda da consciência, evoluindo para o coma. Eventualmente, o coma pode instalar-se subitamente, inaugurando o quadro. Pode haver convulsão, fraqueza muscular, demência súbita grave (enfraquecimento da memória, alterações leves do temperamento, diminuição do interesse pelas atividades diárias, capacidade de julgamento prejudicada, inflexibilidade).

Sintomas Gerais – Febre súbita, dor de cabeça, náuseas e vômitos, fotofobia (intolerância visual pela luz), ocasionalmente rigidez do pescoço e da região lombar, confusão, desorientação, sonolência excessiva, inércia, andar ou caminhar oscilante, irritabilidade ou pouco controle do temperamento.

Tratamento – Objetiva proporcionar ao paciente cuidados e aliviar os sintomas.

Prognóstico (Expectativas) – Os resultados podem variar. Alguns casos desta doença são leves, de curta duração e relativamente benignos com recuperação completa, enquanto outros são graves, podendo ocorrer a morte ou debilitação permanente. A fase aguda da doença dura normalmente de 1 a 2 semanas, com resolução gradual ou súbita da febre e dos sintomas neurológicos, os quais podem requerer muitos meses para uma recuperação completa.

Prevenção

 

  • A vacinação contra a Poliomielite, Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela, praticamente elimina as complicações do sistema nervoso central destas doenças.
  • Os programas de vacinação de animais domésticos contra a Raiva contribuem para reduzir a frequência da encefalite desta infecção.
  • As medidas de saúde pública para o controle dos mosquitos por métodos de pulverização adequados e erradicação dos locais de procriação dos insetos podem reduzir a incidência de vários tipos de encefalite.

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